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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Psicoterapia Breve: Histórico


Psicoterapia Breve : Histórico
As raízes da Psicoterapia Breve de orientação psicodinâmica se situam nos primeiros trabalhos desenvolvidos por S. Freud no início da Psicanálise, quando realizava atendimentos clínicos de curta duração e eficazes, aplicando uma técnica rápida e objetiva. Essa prática foi posteriormente modificada por ele em razão de um desenvolvimento da sua teoria na direção de uma formulação mais complexa.
Foi S. Ferenczi o primeiro discípulo de Freud a propor técnicas ativas para diminuir a duração do tratamento psicanalítico que, com a colaboração de O.Rank, em 1924, introduziu, no universo psicanalítico, novos conceitos que viriam a se tornar básicos para a Psicoterapia Breve atual. Já nessa época, eles enfatizaram a maior importância dos fatos da vida atual do paciente em comparação com suas experiências infantis.
Antecipando a atual abordagem cognitiva, entenderam que se deveria utilizar os processos intelectuais para modificar fatores emocionais na experiência dos pacientes. Propuseram, ainda, o estabelecimento de uma data para o término do tratamento e se referiram à importância do nível de motivação do paciente como fator de fundamental relevância para o sucesso do tratamento.
Em 1946, F. Alexander e T. French introduziram, ainda no campo da Psicanálise, o conceito de Experiência Emocional Corretiva - um dos conceitos fundamentais da atual técnica de Psicoterapia Breve.
"Franz Alexander chegava mesmo a propor que seu modelo terapêutico fosse considerado como uma 5ª etapa da evolução da Psicanálise. Sabemos hoje que, na verdade, o que ele estava propondo era uma abordagem terapêutica diferente, que viria a ser o fundamento da técnica atual de PB". ( Lemgruber, V., 1997b,pg.20)
A história da Psicoterapia Breve segue-se com o surgimento de terapias modernas e dinâmicas através dos estudos de D.Malan - responsável pelo conceito de Foco - J. Mann, P. Sifneos, H. Davanloo e M. Balint. Posteriormente surgem as terapias comportamental e cognitiva, assim como os primeiros manuais de P.B. de orientação psicodinâmica, até chegarmos aos tempos atuais com o modelo integrado da psicoterapia e farmacologia, resultado do entendimento moderno de uma abordagem psicoterapêutica que considera a integração cérebro-mente, fortemente embasado pelos últimos estudos das Neurociências.
Na América Latina, a P.B. se desenvolveu, em primeiro lugar, na Argentina sob a influência da Psicanálise inglesa representada pelo grupo da Tavistock Clínica, especialmente Malan e Balint. Integram com destaque o grupo argentino, H. Kesselman - que publicou, naquele país, o primeiro livro sobre o assunto - Fiorini, autor que enfatizou o conceito de Experiência Emocional Corretiva e M. Knobel, que se radicou no Brasil, desenvolvendo seus estudos na UNICAMP, em São Paulo.No Brasil, a 1ª publicação sobre o tema Psicoterapia Breve, ocorreu em 1984 com o livro "Psicoterapia Breve: a Técnica Focal", de Lemgruber, V., seguida em 1986 por Knobel. Além desses, também se destacam em estudos e pesquisas sobre Psicoterapia Breve um grupo de autores do Rio Grande do Sul, entre os quais Cordioli e Eizirick Aguiar e, no Rio de Janeiro, Lowenkron, com a publicação de Psicoterpia Breve, de 1993.Em textos posteriores nos reportaremos aos principais conceitos que embasam a técnica da Psicoterapia Breve: Experiência Emocional Corretiva, Foco, Atividade , Planejamento e Efeito Carambola. Gleidson Marques Silva 13/3886

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